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Biennale di Venezia: Uma reflexão sobre arquitetura como agente de escuta e transformação global

Biennale di Venezia

A ARCHITECTS OFFICE integrou a 19ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza com Forest Gens, projeto comissionado para o núcleo do Arsenale e desenvolvido em colaboração com o grupo de pesquisa POLES | Political Ecology of Space. Com curadoria de Carlo Ratti, a edição de 2025 da Biennale di Venezia propôs um exercício de escuta entre inteligências naturais, artificiais e coletivas – e desafiou o campo da arquitetura a atuar como sistema adaptativo diante das transformações do planeta.


Forest Gens parte de uma cartografia crítica da Amazônia para revelar o território como paisagem cultural, moldada por múltiplas presenças humanas ao longo dos séculos. A partir do cruzamento entre dados de sensoriamento remoto e investigações espaciais em regiões como o Acre e os Llanos de Mojos, a instalação revelou vestígios de urbanismos tropicais, solos antropogênicos e sistemas complexos de manejo ambiental. O trabalho propõe um deslocamento de perspectiva: pensar a floresta não como espaço intocado, mas como território habitado, cultivado e continuamente reconfigurado por diferentes formas de inteligência.


A participação na Bienal se desdobrou também em uma oportunidade rara de troca com arquitetos, pesquisadores e coletivos de todo o mundo. Conversas com escritórios como MVRDV, BIG e outros parceiros internacionais aprofundaram debates sobre inovação, regeneração e práticas colaborativas em escala global.


Heatwave: uma resposta climática a partir do Bahrein



Biennale di Venezia
Biennale di Venezia

Entre os projetos que mais provocaram reflexões nesta edição, destaca-se o pavilhão do Bahrein. Vencedor do Leão de Ouro nesta edição, foi proposta  uma reflexão contundente sobre a crise climática global, com foco no desafio das ondas de calor extremas. Intitulado Heatwave, o projeto explora soluções ancestrais de resfriamento passivo, combinadas a experimentações materiais contemporâneas. A instalação funciona como um protótipo habitável, que articula plataformas elevadas, um teto suspenso e uma coluna central – elementos que, juntos, operam como dispositivos de conforto térmico.


A proposta resgata estratégias tradicionais do Bahrein, como torres de vento e pátios sombreados, aplicadas a uma lógica modular e escalável, capaz de ser implementada em diferentes contextos urbanos. Mais do que um experimento espacial, Heatwave posiciona a arquitetura como infraestrutura climática e social, especialmente em defesa de trabalhadores expostos a condições extremas. Ao introduzir o conceito de thermal commons – ou bens comuns térmicos –, o projeto questiona como o espaço público pode ser pensado como recurso ambiental compartilhado, capaz de oferecer conforto, bem-estar e resiliência frente à emergência climática.


AO na Biennale di Venezia
AO na Biennale di Venezia

Arquitetura como prática de escuta e investigação


Ao longo da mostra, uma pergunta permaneceu constante nas conversas, visitas e reflexões do time da AO: como interpretar o território de forma mais justa? Como revelar dinâmicas invisíveis? Como propor futuros que envolvam, reparem e acolham?



Para a ARCHITECTS OFFICE, a Bienal de Veneza 2025 reafirma a arquitetura como prática de escuta e investigação – uma prática que traduz disputas, opera como mediadora de forças diversas e propõe sentidos possíveis para o espaço. Entre ética, técnica e imaginação, cada projeto se torna oportunidade para reinterpretar o presente e construir realidades mais conectadas, coletivas e conscientes.



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